claudio willer

Tradutor da geração beat, poeta e ensaísta morre em São Paulo

13/01/2023 1549 visualizações

O poeta, ensaísta e tradutor Claudio Willer, que morreu nesta sexta, 13 de janeiro, era um dos maiores especialistas na geração beat e no estudo dos poetas malditos. Referência da crítica literária brasileira, publicou pela Civilização Brasileira a sua tese de mestrado que chegou às livrarias com o título ‘Um obscuro encanto’ (2009), na qual explora a relação entre o gnosticismo e a literatura.
Willer assinou o prefácio da edição especial de ‘Pergunte ao pó’, de John Fante, lançado em 2021 pela José Olympio. Suas traduções tornaram acessível aos leitores brasileiros obras de autores como Jack Kerouac, Allen Ginsberg, Charles Bukowski e Antonin Artaud. Em entrevista ao podcast A casa do livro, Willer lembrou do impacto do encontro de Bukowski com o romance protagonizado por Arturo Bandini.
O poeta e tradutor integrou, ao lado dos poetas Roberto Piva (1938-2010), Antonio Fernando de Franceschi (1942-2021), Roberto Bicelli (1943) e Rodrigo de Haro (1939-2021), do editor Massao Ohno (1936-2010) e da artista plástica e sua companheira Maninha Cavalcante, a geração que se convencionou chamar de Os novíssimos.
Em texto sobre o legado de Claudio Willer, o colega de ofício Wilson Alves-Bezerra lembrou de sua contribuição frequente na imprensa nos anos 80 e 90 e de seu trabalho como assessor de Cultura na Prefeitura de São Paulo e como servidor da Funarte.
Vítima de um câncer na bexiga, descobriu o agravamento de seu quadro no mesmo mês em que o tradicional Paribar, ponto de encontro d’Os novíssimos, anunciou o encerramento de suas atividades.