Sempre foi sobre nós + BRINDES
Relatos da violência política de gênero no Brasil
- Brochura R$39,90
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Sinopse
Manuela dÁvila trazimportantes mulheres em livro que denuncia a violência política de gênero como um ataque à democracia.
Depois de enfrentar graves episódios de violência política de gênero, Manuela dÁvila, uma das feministas mais ativas e relevantes do país, decidiu buscar histórias similares às suas. Assim nasceu Sempre foi sobre nós, livro que reúne relatos de mulheres com importante atuação na política brasileira e que sofreram violência durante a campanha eleitoral e o exercício do mandato. As vivências aqui apresentadas são chocantes não apenas pela agressividade das disputas políticas, mas por sua motivação intrínseca: todas as autoras foram e são atacadas quase diariamente apenas por serem o que são, mulheres.
As agressões relatadas vão desde notícias mentirosas e distorcidas da grande mídia, como as perpetradas contra Dilma Rousseff e Jandira Feghali, aos e-mails anônimos com ameaças de morte e estupro recebidos por Duda Salabert e Talíria Petrone. Chegam até mesmo ao marco da violência política, racista e de gênero brasileira, o assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson, em 14 de março de 2018.
Sempre foi sobre nós é um documento histórico que dá nome ao fenômeno violência política de gênero. É também um convite para que a política seja repensada e para que situações de opressão não sejam mais toleradas. “Quando uma mulher entra na política, muda a mulher. Quando muitas entram, muda a política”, são as palavras da ex-presidenta do Chile, Michelle Bachelet. Que estes relatos de fibra e bravura sirvam para além da denúncia, que sejam fonte de admiração e inspiração para um futuro mais igualitário.
Este livro conta com textosde Anielle Franco, Áurea Carolina, Benedita da Silva, Bruna Rodrigues, Daiana Santos, Dilma Rousseff, Duda Salabert, Erika Hilton, Isa Penna, Jandira Feghali, Jô Moraes, Manuela dÁvila, Maria do Rosário, Marina Silva, Marlise Matos, Sonia Guajajara, Tabata Amaral e Talíria Petrone.
Sobre o autor
Áurea Carolina é mãe de Jorge Luz, deputada federal pelo Psol Minas Gerais, cientista social e educadora popular, especialista em Gênero e Igualdade pela Universidade Autônoma de Barcelona e mestre em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Com trajetória em defesa das causas dar mulheres, da negritude, das juventudes, dos povos e comunidades tradicionais e das pessoas que vivem nas periferias, Áurea também está atenta às lutas pela cultura viva e pela segurança cidadã, assim como ao enfrentamento à mineração predatória.
Benedita da Silva tem formação em Auxiliar de Enfermagem e Serviço Social. Está no quarto mandato de deputada federal pelo PT/RJ. Foi a primeira mulher negra a ocupar os cargos de vereadora no Rio de Janeiro, deputada federal na Assembleia Constituinte de 1988, senadora da República e governadora do Rio de Janeiro. Foi ministra da Secretaria Especial de Trabalho e Assistência Social. Entre suas principais conquistas, estão a PEC das Domésticas, o 20 de novembro como Dia Nacional da Consciência Negra, a instituição do Zumbi dos Palmares no Panteão dos Heróis e Heroínas Nacionais e a inclusão de proposição da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc. Graças à sua consulta junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as candidaturas de pessoas negras conquistaram, em 2020, a redistribuição do fundo partidário e do tempo de propaganda eleitoral.
Bruna Rodrigues é nascida e criada na Vila Cruzeiro, em Porto Alegre, Rio de Grande do Sul. Filha de empregada doméstica e gari, considera-se filha das políticas sociais. Frequentou escolas públicas, foi atendida integralmente pelo SUS e sente na pele a importância de uma política de assistência e de acolhimento integral à população. Foi eleita ao cargo de vereadora da cidade de Porto Alegre em 2020 pelo PCdoB.
Daiana Santos é filha de empregada doméstica, nascida no interior do Rio Grande do Sul, moradora da Vila das Laranjeiras, no Morro Santana, em Porto Alegre. É educadora social, sanitarista, lésbica, feminista e ativista social. Em 2020, foi eleita vereadora de Porto Alegre, a primeira LGBTQIA+ assumida da cidade, e com isso o morro desceu para o asfalto.
Dilma Rousseff é ex-presidenta do Brasil, primeira mulher eleita para presidir o país. Deu início à sua vida política integrando organizações de combate à ditadura militar. Condenada por “subversão” pela ditadura, passou quase três anos presa. Na década de 1970, mudou-se para Porto Alegre e dedicou-se à Campanha da Anistia. É graduada em Economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Foi secretária da Fazenda do governo municipal de Porto Alegre na década de 1980. No início dos anos 1990, presidiu a Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul. Em 1993, tornou-se secretária de Energia, Minas e Comunicações do mesmo estado. Foi ministra de Minas e Energia até 2005 e ministra da Casa Civil no governo Lula. Em 2010, foi eleita presidenta do Brasil. Em 2014, foi reeleita. Foi alvo de um golpe de Estado disfarçado de impeachment em 2016.
Duda Salabert é mãe, professora de Literatura, ambientalista, vegana e idealizadora da Transvest, ONG que oferece suporte social às travestis e transexuais de Belo Horizonte. Em 2018, tornou-se a primeira mulher trans a concorrer ao cargo de senadora da República, terminando a disputa como a quarta mulher mais votada da história das eleições de Minas Gerais. Em 2020, tornou-se a primeira transexual eleita em Belo Horizonte e a pessoa mais votada da história das eleições municipais da capital mineira.
Erika Hilton é vereadora eleita da cidade de São Paulo. Negra e transvestigênere, foi a mulher mais bem votada de todo o Brasil em 2020, a mais votada de seu partido, o Psol, e é a primeira trans eleita para a Câmara Municipal paulistana, com mais de cinquenta mil votos. É ativista de direitos humanos com foco nas pautas de equidade para a população negra, combate à discriminação contra a comunidade LGBTQIA+ e pela valorização das iniciativas culturais jovens e periféricas.
Isa Penna foi eleita deputada estadual em 2018 com 53.838 votos pelo Psol, Isa Penna, mulher, advogada, bissexual, foi candidata a deputada estadual em 2014 e a vereadora em 2016. Isa é titular na Comissão de Segurança Pública e, em 2021, apresentou mais de 32 projetos de lei para a Assembleia Legislativa do estado de São Paulo (Alesp), a maioria voltados para a igualdade de gênero e a segurança pública. Já foi julgada pela Comissão de Ética por declamar o poema feminista “Sou puta”, de Helena Ferreira – o conselho não deu procedência e reconheceu que não houve quebra de decoro. Em 2020, sofreu e denunciou veementemente o assédio perpetrado, e documentado em vídeo, pelo deputado Fernando Cury (Cidadania).
Jandira Feghali é médica cardiopediatra, baterista profissional e deputada federal pelo PCdoB do Rio de Janeiro. São sete mandatos na Câmara Federal e um como deputada constituinte na Assembleia do Rio de Janeiro. Foi líder do PCdoB, da Minoria (Oposição) e a primeira presidente da Comissão de Cultura da Câmara. No Rio, foi secretária municipal de Cultura e, em Niterói, secretária municipal de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento e Pesca. É autora de inúmeras leis em vigor no Brasil e relatora de tantas outras, como a Lei Maria da Penha.
Jô Moraes, nascida em 1946, é feminista, marxista, primeira presidente da União Brasileira de Mulheres e exerceu mandatos parlamentares por 22 anos. Foi vereadora de Belo Horizonte, deputada estadual e deputada federal por Minas Gerais, durante três legislaturas. Foi líder da bancada do PCdoB em 2008 e coordenadora da bancada feminina da Câmara dos Deputados em 2015. Autora de dois livros sobre a discriminação de gênero, é da Comissão Política Nacional do PCdoB. Tem formação de assistente social e é mãe de dois filhos.
Maria do Rosário é professora, mestre em Educação e doutora em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande Sul (UFRGS). Foi ministra de Direitos Humanos durante o governo da presidenta Dilma Rousseff. Filiada ao Partido dos Trabalhadores, é deputada federal pelo Rio Grande do Sul, tendo ainda sido vereadora e deputada estadual. Atualmente é secretária nacional de Formação do PT.
Marina Silva é professora, ambientalista e política brasileira. Formada em História, tem especialização em Psicopedagogia e Teoria Psicanalítica. É doutora honoris causa pela Universidade Federal da Bahia e pela Academia Chinesa de Silvicultura. Iniciou a vida pública no final da década de 1980 e durante esses anos recebeu reconhecimento dentro e fora do país pela defesa do meio ambiente, das comunidades tradicionais e do desenvolvimento sustentável com justiça socioambiental. Recebeu dezenas de títulos e prêmios nacionais e internacionais. Foi escolhida como a mulher do ano pelo Financial Times Magazine em 2004 e figurou em 2008 na lista do jornal britânico The Guardian entre as cinquenta pessoas que podem salvar o planeta. Foi vereadora, deputada estadual e também ministra do Meio Ambiente. Disputou as eleições presidenciais de 2010, 2014 e 2018. É fundadora e porta-voz do partido Rede Sustentabilidade e atua também como professora associada da Fundação Dom Cabral.
Marlise Matos é professora associada do Departamento de Ciência Política, coordenadora executiva do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher (Nepem) e do Centro do Interesse Feminista e de Gênero (CIFG), ambos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Sonia Guajajara é formada em Letras e Enfermagem e pós-graduada em Educação Especial. Ganhou projeção internacional pela luta travada em nome dos direitos dos povos originários. Tem voz no Conselho de Direitos Humanos da ONU e desde 2009 leva denúncias às Conferências Mundiais do Clima (COP). Recebeu o Prêmio Ordem do Mérito Cultural, a Medalha 18 de Janeiro e a Medalha Honra ao Mérito do governo do estado do Maranhão. Recebeu da organização Movimento Humanos Direitos o Prêmio João Canuto pelos Direitos Humanos da Amazônia e da Liberdade, além do Prêmio Packard, concedido pela Comissão Mundial de áreas protegidas da União Internacional para Conservação da Natureza. Em 2018, foi a primeira indígena a compor uma chapa presidencial e segue articulando a participação e o protagonismo das mulheres indígenas em várias frentes de luta. Hoje faz parte da Coordenação Executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e compõe o Conselho da Iniciativa Inter-Religiosa pelas Florestas Tropicais do Brasil.
Tabata Amaral cresceu na Vila Missionária, na periferia de São Paulo. No ensino médio, representou o Brasil em cinco olimpíadas internacionais de Ciências. Formou-se em Ciência Política e Astrofísica pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. É ativista pela educação, colunista da Folha de S.Paulo e cofundadora do Projeto VOA! e dos movimentos Mapa Educação, Acredito e Vamos Juntas. Em 2018, aos 24 anos, foi a sexta deputada federal mais votada de São Paulo e a segunda mulher mais votada do Brasil. Em seu primeiro ano de mandato, recebeu o Prêmio Congresso em Foco de melhor deputada. Foi eleita também uma das cem jovens lideranças que estão mudando o mundo pela Time Magazine e uma das cem mulheres mais influentes do mundo pela BBC.
Talíria Petrone Soares nasceu em Niterói. É mulher negra, feminista, socialista, professora, graduada em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e mestre em Serviço Social e Desenvolvimento Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Deu aula na favela da Maré, em São Gonçalo e em Niterói. Em 2010, filiou-se ao Psol. Na campanha por uma Niterói negra, feminista, LGBTQIA+ e popular, em 2016 foi eleita a vereadora de maior votação da cidade e, por mais de um ano, era a única mulher na Câmara Municipal. Em 2018, foi eleita deputada federal pelo Rio de Janeiro, com 107.317 votos – a nona mais votada do estado. Marlise Matos é professora associada do Departamento de Ciência Política, coordenadora executiva do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher (Nepem) e do Centro do Interesse Feminista e de Gênero (CIFG), ambos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Anielle Franco é cria da Maré, no Rio de Janeiro. É bacharel em Jornalismo e em Inglês pela Universidade Central da Carolina do Norte, bacharel-licenciada em Inglês/Literaturas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), mestra em Jornalismo e em Inglês pela Universidade da Flórida A&M e mestranda em Relações Étnico-Raciais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Organizou seu primeiro livro, chamado Cartas para Marielle, uma reunião de textos de familiares sobre a experiência de luto por Marielle Franco, sua irmã e referência, e colaborou na autobiografia de Angela Davis. Trabalha como professora, palestrante, escritora e é a atual diretora do Instituto Marielle Franco e da Escola Marielles. Curadora e apresentadora do canal Papo Franco, e é colunista convidada da revista Marie Claire.
Características
- ISBN: 978-85-01-30536-7
- Formato: Brochura
- Suporte: Texto
- Altura: 20.5cm
- Largura: 13.5cm
- Profundidade: 1.2cm
- Lançamento: 04-04-2023
- Páginas: 224