Bodas em Tipasa
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Sinopse
Uma coletânea de ensaios da juventude de Albert Camus, essenciais para entender a obra de um dos mais importantes autores do século XX.
“Lembro-me pelo menos de uma moça alta, magnífica, que dançara a tarde inteira. Usava um colar de jasmins sobre o vestido azul colante, que o suor molhava das costas até as pernas. Ria ao dançar e virava a cabeça. Quando passava perto das mesas, deixava atrás de si um odor mesclado de flores e carne.”
Bodas em Tipasa é a reunião de dois livros de Camus: Bodas e O verão.
Bodas, escrito entre 1936 e 1937, é um de seus primeiros trabalhos, e nele o autor já lida com questões que abordaria em toda sua obra – o absurdo e o suicídio. São quatro ensaios líricos com caráter autobiográfico. O primeiro, “Bodas em Tipasa”, texto mais famoso, se passa na cidade argelina onde, com suas ruínas romanas e o mar, “exibimos, todos, a lassidão feliz de um dia de bodas com o mundo”.
Além deste, é composto também por “O vento em Djemila”, com suas ruínas seus afloramentos rochosos, onde “reinava um silêncio pesado e compacto”; “O verão em Argel”, em que apresenta um dos grandes fundamentos de sua filosofia, pois “se há um pecado contra a vida, talvez não consista tanto em desesperar dela quanto em esperar outra vida, e se furtar à implacável grandeza desta”; e “O deserto”, sobre sua viagem à Toscana com um “deserto singular [que] só é sensível aos que são capazes de nele viver sem jamais enganar sua sede. É então, e só então, que ele se povoa das águas vivas da felicidade”.
O verão é um ensaio de Camus escrito poucos anos depois, entre 1939 e 1953. Nele o autor se debruça sobre uma viagem que parte da Argélia, do fio de Ariadne no encalço do Minotauro para evocar Orã e seus arredores, revisita o mito de Prometeu à luz da violência do mundo então e sonha com a beleza de Helena e da Grécia, que nos envolve numa viagem pelo Mediterrâneo e por seus mitos.
Bodas em Tipasa é uma reunião de textos da juventude do filósofo do absurdo, que se tornaria um dos mais importantes autores do mundo no século XX, em que ele parte da própria vida para dar início a reflexões que seriam vistas em todo seu trabalho. Em suma, um livro fundamental para se entender a obra camusiana.