Prêmio Oceanos 2019 anuncia lista de semifinalistas

9/08/2019 2068 visualizações

O Prêmio Oceanos anunciou na última quinta-feira, 8, a lista dos 54 semifinalistas da edição 2019. Entre os 34 nomes brasileiros estão cinco autores do Grupo Editorial Record. Ao todo foram 1.467 concorrentes inscritos. Concorreram obras publicadas originalmente em português entre janeiro e dezembro de 2018, de qualquer país e gênero literário. A decisão ficou nas mãos de uma comissão composta por 72 jurados de cinco países.

Entre os autores nacionais selecionados do Grupo Editorial Record estão Márcia Tiburi e Juliana Leite. Confira a lista completa:

Juliana Leite | Entre as mãos | Record

Conduzido com precisão e movido por uma poderosa força que impulsiona todo o relato, Entre as mãos gira em torno de Magdalena, uma tecelã que, depois de um grave acidente, precisa retomar seus dias, reaprender a falar e levar consigo dolorosas cicatrizes — não apenas no corpo. Com personagens e tempos narrativos que se atravessam como fios trançados, este romance tem a marca de peça única, debruçando-se sobre questões como sobrevivência e ancestralidade, mas também amor e mistério a partir do corpo, do trabalho e dos gestos da protagonista, em duas fases de sua vida.

André de Leones | Eufrates | José Olympio

Eufrates narra a história de Jonas e Moshe, melhores amigos, e suas relações familiares e amorosas. O livro se passa entre os anos 1991 e 2013, em diversas cidades brasileiras, Argentina e Israel. Conduzido pelos protagonistas, o livro apresenta, com maestria e originalidade narrativa, as relações pessoais, os desencontros, as aspirações e as desventuras humanas.

Julia Wähmann | Manual da Demissão | Record

As empresas não vão bem, os patrões ficaram malucos e de repente se está diante da moça do departamento pessoal, onde tantos há pouco estiveram e outros muitos ainda estarão, para ser demitido. Neste mundo de crises cíclicas, em que a mão de obra segue sendo explorada e reduzida a números, talvez não haja, ainda, salvação. Mas há um manual. Este que você, sorte a sua, tem nas mãos: obra de engenho e arte, que instiga a reflexões, inspira e diverte ao mesmo tempo. Nele, você encontrará a fórmula para além da dose de açúcar, ansiolítico ou drogas marginais que uma demissão pede: amigos para acompanhar nos piores e melhores momentos; mãe, pai, a família, para oferecer o aconchego do colo e da casa; referências de músicas, filmes e livros para preencher as horas; e a maravilha de uma prosa ao mesmo tempo poética e sarcástica, cheia de inteligência, humor e leveza.

Nei Lopes | O preto que falava iídiche |Record

A partir do relacionamento apaixonado, fortuito e proibido do preto inteligentíssimo Nozinho, que falava até iídiche, com a bela e branca judia Rachel, o romance enlaça as vivências e memórias de suas origens com as de outro grupo historicamente marcado pelo racismo, o das comunidades judaicas. E o faz, como sempre, associando leveza e humor a reflexões profundas sobre arte, religiosidade e costumes. Da Praça Onze carioca ao East River nova-iorquino, passando pela Bahia, Porto Alegre e a distante Etiópia, o autor nos conduz por uma viagem fantástica. O autor propõe uma saga realista e alegórica sobre uma das formações possíveis do povo brasileiro.

Márcia Tiburi | Sob os pés, meu corpo inteiro | Record

Em uma São Paulo distópica, mas perigosamente familiar, uma mulher que não foi capaz de viver a própria vida e uma jovem à procura da mãe desaparecida durante a ditadura militar se envolvem em um jogo de aproximações e distanciamentos em meio a uma cidade apodrecida, em que a insegurança, a crise hídrica, os golpes de Estado e uma elite política carcomida, na qual se destaca um psicopata que manda pintar os muros de cinza, são o retrato do que se construiu a partir do fim das utopias. Neste novo romance, marcado por reviravoltas, ressentimentos, dívidas e buscas pela verdade, em um contexto em que estar vivo ou morto não só é uma questão de sorte como também de perspectiva, Marcia Tiburi escreve sobre cicatrizes profundas que se tornaram invisíveis com o tempo – consequências da reinvenção de um passado diante da necessidade de salvar o próprio futuro.