O incêndio que chocou o país em dois livros

2/09/2019 2277 visualizações

Dois cronistas de olhar aguçado, Mário Magalhães e Pedro Cardoso foram surpreendidos como tantos outros brasileiros pela notícia do dramático incêndio do Museu Nacional, há exato um ano. O episódio ganha a relevância que merece em seu livros que percorrem o ano de 2018, tentando entender e explicar os caminhos que levaram o país a uma polarização sem precedentes. Os cronistas se esforçaram para explicar como uma nação e um povo trataram com enorme descaso um patrimônio de valor inestimável para a história da Humanidade.

Como o país acompanhava uma acirrada e violenta disputa presidencial, o componente político marca fortemente suas crônicas. Confira abaixo o que os autores gritaram em ‘Sobre lutas e lágrimas: uma biografia de 2018’, de Mário Magalhães, e ‘Eu#mesmo: Em busca de um diálogo contra o fascismo brasileiro’, de Pedro Cardoso.

“Ao dilacerar a memória, o Brasil castiga o presente e ensombrece o futuro. Um novo museu tem de surgir, mas não será, não tem como ser, o que foi. A bravura dos servidores desafiando a fumaça ao ingressar no prédio, para resgatar preciosidade, permanecerá como retrato comovente na desolação. A nossa tragédia também tem os seus heróis”, trecho do livro de Mário Magalhães

“Só o desejo de pensar nos libertará da ignorância. Frase ao modo dos livros de autoajuda; mas nos ajudar mutuamente é o que estamos mesmo precisando fazer. Nenhum socorro nos valerá — nem de deuses ou de políticos — se cada pessoa não se dispuser a pensar por si mesma. A fé talvez nos seja dada, mas a religião e a ideologia temos que escolher. E, para tanto, pensar, portanto”, trecho do liro de Pedro Cardoso.