O romance Outono de carne estranha (Ed. Record), do paraense Airton Souza, segue se destacando nos principais prêmios literários em língua portuguesa. O livro venceu mais uma etapa do Oceanos e agora é finalista na categoria Prosa, concorrendo com outras nove obras. O vencedor do prêmio, que este ano destaca autores do Brasil, de Portugal e de Cabo Verde, será conhecido em uma cerimônia no dia 5 de dezembro, no auditório do Itaú Cultural, em São Paulo.
“São muitos anos dedicados à literatura, só cheguei nesse lugar porque a editora acreditou em mim, esse é o mais longe que consegui chegar, mas não teria chegado a esse lugar sem vocês”, disse ele, emocionado. “Eu nasci para perder, nunca nasci para ganhar nada na vida, só que eu acreditei. Quem sabe um dia aprendo, por enquanto eu só sei chorar.”
Outono de carne estranha convida o leitor a mergulhar nas lamas de Serra Pelada, trazendo a temática LGBTQIA+ para o garimpo. O livro, que caminha para a sua 4ª. edição, também concorre ao Prêmio São Paulo de Literatura de 2024, a maior premiação de romances do Brasil, na categoria Estreia do Ano. O anúncio do vencedor será no dia 11 de novembro, na Biblioteca Parque Villa-Lobos, também na capital paulista.
O livro ganhou notoriedade depois de vencer o Prêmio Sesc de Literatura na categoria Romance, em 2024. Na cerimônia em que foi entregue a premiação do Sesc, em Paraty, em 2023, a leitura de um trecho feita por Airton Souza incomodou os diretores da instituição. Em função da polêmica, o curador Henrique Rodrigues foi demitido e o regulamento do prêmio, alterado. A Record optou por encerrar a parceria por discordar das mudanças propostas.