A poetisa Elizabeth Acevedo se tornou a primeira autora não branca a ganhar o mais prestigiado prêmio de livros infantis do Reino Unido, a medalha Carnegie, pelo seu romance “A poeta X”. Com este feito, Elizabeth se junta a autores como CS Lewis e Neil Gaiman na lista dos reconhecidos pelo prêmio.
Filha de pais dominicanos, Acevedo é campeã americana de Slam Poetry, competição de poesia falada que tem se tornado uma via de expressão para jovens em todo o mundo. Para escrever “A poeta X”, a autora buscou em sua própria experiência a inspiração para escrever a história de Xiomara Batista, uma protagonista que sente sem voz e desconectada do mundo que a cerca. Narrado por meio de poesias – que, na melhor tradição do slam poetry, pedem uma leitura em voz alta –, o livro acompanha Xiomara em meio a provações clássicas da adolescência: a paixão pelo amigo da aula de biologia; a raiva e a ferocidade que sempre acabam respondendo primeiro aos gracejos.
“A poeta X”, também ganhador do National Book Awards, é dedicado a “todos que anseiam ver a si mesmos” na literatura, em especial a uma das ex-alunas da autora. Quando era professora de inglês do oitavo ano, uma de suas alunas admitiu que não leu nenhum dos livros indicados por Acevedo argumentando que “nenhum desses livros é sobre nós”.
A vitória de Acevedo vem dois anos após o prêmio receber críticas sobre a sua falta de diversidade racial. Depois de entrevistar mais de 600 pessoas, de bibliotecários a crianças, chegou-se à conclusão de que a esmagadora força de trabalho bibliotecária do Reino Unido, que nomeia livros para a medalha, não tinham conhecimento de títulos de escritores não brancos, uma consequência da escassez de publicações desses autores no Reino Unido.