A cantora Dua Lipa, uma das celebridades mais influentes nas redes sociais, com quase 90 milhões de seguidores no Instagram, indicou a leitura de Mau hábito em seu clube de leitura, o 95 Book Club. O livro da espanhola Alana S. Portero, atração da Flip 2023, inaugurou a editora Amarcord com a sua fábula sobre uma criança que cresce num corpo ao qual não se sente adequada.
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Para Dua Lipa, Mau hábito é um livro importante para lembrar às pessoas da dolorosa e arriscada realidade das pessoas trans. A cantora elogiou o capítulo de abertura na qual Alana se vale de toda a sua sensibilidade para comparar os viciados em drogas sintéticas a anjos decaídos.
“Por vezes a história escancara uma solidão quase insuportável, mas também realça a euforia da descoberta do verdadeiro eu de cada um”, descreve Dua Lipa em sua postagem no Instagram. “Vocês vão adorar a diabólica irmandade das rainhas das ruas, dos excluídos e dos desajustados enquanto embala o coração ao som que ressoa das boates e que invade as plazas. Um livro para ser saboreado. Desfrute de cada palavra”.
Dua Lipa não é a primeira personalidade do show biz a se declarar pelo livro de estreia de Alana S. Portero. Os elogios do cineasta espanhol Pedro Almodovar contribuíram para fazer da autora uma sensação na Europa. Além de ter sido o livro da Feira de Frankfurt em 2022, Mau hábito entrou na lista de melhores do ano do El País e conquistou o prêmio de livro do ano pela revista Les inrockuptibles na França.
Escrito em primeira pessoa, a narrativa acompanha uma trajetória com personagens drogados, divas pop e anjos caídos que retrata a violência sofrida pela classe trabalhadora e a injustiça que sufoca os grupos marginalizados. No caos do cenário urbano do final do século 20. A autora espanhola mescla ficção com sua própria história de vida. Nascida no final dos anos 70 e criada em um bairro operário de Madri, Alana é uma mulher trans dedicada à luta pela visibilidade de grupos minoritários. Além de escritora, Alana é poeta e dramaturga.
Para a autora, nada é mais literário do que a dor, o prazer, o medo ou o desejo. Por isso, Mau hábito faz questão de refletir a crueza e a ferocidade do nosso processo de reconhecimento e o encontro dos nossos corpos com diferentes mundos.