O segundo semestre ainda vem por aí, mas a Revista Bula já indicou os melhores livros brasileiros do ano até agora. Duas obras da Editora Record estão na lista: “Liberdade vigiada” e “Sobre lutas e lágrimas”.
Em “Liberdade vigiada”, o historiador Paulo César Gomes analisa como a Brasil e a França atuaram durante a ditadura brasileira por meio de suas representações diplomáticas e consulares. Resultado de quatro anos de pesquisa, o livro reúne informações da Embaixada e do Consulado-Geral do Brasil na França, do Ministério de Relações Exteriores e do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.
O livro examina de que forma as práticas repressivas que caracterizaram esse período da história brasileira, bem como as denúncias de tais práticas no exterior, influenciaram as relações entre os dois países. Em entrevista ao blog da Editora Record, Paulo conta que embora o governo francês tivesse plena consciência das ações arbitrárias que vinham sendo cometidas pela ditadura, amplamente veiculadas pelos principais jornais franceses, nunca se pronunciou publicamente sobre o tema. Todas as conversas eram mantidas no âmbito das correspondências sigilosas, que só recentemente vieram a público com a liberação dos documentos secretos.
Em Sobre Lutas e Lágrimas – Uma Biografia de 2018, o repórter Mário Magalhães oferece a primeira grande narrativa jornalística e literária (de não ficção) sobre 2018 O livro conta os fatos, as ideias e os sentimentos que culminaram com a eleição de Jair Bolsonaro para a Presidência. Mário Magalhães é autor da biografia de Carlos Marighella, adapatada para o cinema por Wagner Moura.
As consequências de 2018 serão tantas no futuro que, na opinião do autor, o ano tão cedo não vai terminar. Daqui a meio século, é provável que a memória trate 2018 no Brasil conferindo-lhe a mesma relevância com que, 50 anos mais tarde, recordou-se de 1968. O jornalista e escritor Zuenir Ventura, autor do clássico ‘1968 – O Ano Que Não Terminou’, costuma se referir ao objeto do seu livro como um personagem, tamanha a envergadura histórica que aquele ano ganhou. Mário Magalhães afirma que 2018 também é personagem. Por isso, classifica Sobre Lutas e Lágrimas como uma biografia. Começa com o Réveillon da vereadora Marielle Franco e se encerra com a iminência da posse de Jair Bolsonaro. O terceiro protagonista é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O assassinato de Marielle e do motorista Anderson Gomes (14 de março), a prisão de Lula (7 de abril) e a facada em Bolsonaro (6 de setembro) são momentos dramáticos dessa história.
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