Nise da Silveira

Nise da Silveira (Maceió/AL, 1905 – Rio de Janeiro/RJ, 1999) foi médica psiquiatra e responsável por uma revolução no tratamento de pessoas em sofrimento mental. Iconoclasta, foi a única mulher a se formar em medicina em uma turma de mais de 150 homens, na Bahia, em 1926. Ao mudar-se para o Rio de Janeiro, na década de 1930, atuou no Hospital Nacional dos Alienados, sendo denunciada e presa, durante dezoito meses, pela ditadura Vargas, por possuir livros marxistas. Apenas em 1944, após o fim do regime varguista, ela retomou ao serviço público, dessa vez, no Hospital Psiquiátrico Engenho de Dentro – hoje, Instituto Municipal Nise da Silveira. Foi a primeira pessoa no Brasil a introduzir a terapia ocupacional baseada nas expressões artísticas individuais, teoria ligada diretamente à psicanálise analítica de C. G. Jung. Apesar de inicialmente ser boicotada pela direção do hospital – que lhe ofereceu o espaço do almoxarifado para sua seção de arteterapia –, conseguiu demonstrar como sua visão terapêutica era – e ainda é – revolucionária, tanto para o entendimento da pisque humana quanto para o tratamento e a inclusão daqueles julgados à margem da “normalidade”. Nise da Silveira foi responsável pela criação, em 1952, do Museu de Imagens do Inconsciente e, em 1955, do Grupo de Estudos de C. G. Jung e da Casa das Palmeiras, fundação voltada ao tratamento de egressos de instituições psiquiátricas. Dentre os diversos prêmios e reconhecimentos que lhe foram concedidos estão a Ordem de Rio Branco, a Medalha Chico Mendes e o título de Heroína da Pátria. Faleceu aos 94 anos, deixando um legado de estudo, luta e amor, e permanecendo como inspiração para todas e todos que desejam viver em um mundo mais justo e inclusivo.

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